José de Guimarães, pintor de formas e cores violentas em suas agressivas estilizações, por vezes caricaturais, com decomposição e justaposição de elementos reais ou imaginários. José Maria Fernandes Marques (José de Guimarães), nasceu em 1939, na cidade de Guimarães. Também é escultor e gravador e a sua obra é influenciada pela arte africana. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). Expôs individualmente na FCG, na Fundação de Serralves: "Exposição Retrospectiva 1982-1992"; no "Hong Kong Arts Center" e no "Palais des Beaux-Arts", em Bruxelas. Está ainda representado no Museu Wurth, Alemanha; no Museu Real de Belas-Artes, Bruxelas; no Centro de Arte Rockfeller, em Nova Iorque e na Colecção do Estado Francês - Fundo Nacional de Arte Contemporânea. Em 1990, foi agraciado pelo Presidente da República com o Grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1999 realizou a escultura "Lisboa", erigida em homenagem aos construtores da cidade ao longo dos séculos. Prémio de Consagração de Carreira Sociedade Portuguesa de Autores 2019.
"... Os motivos, de densa iconografia, são mulheres, bichos sagrados ou automóveis, mas também poetas, artistas ou desportistas, ou ainda máscaras ou monstros saídos do quotidiano ou de mitos fundadores. O artista deixa-os eclodir, como lhe chegassem às mãos, e depois, procede à sua lenta construção, através de uma fragmentação que é física e mental..." Raquel Henriques da Silva in José de Guimarães - Obra Gráfica 1962 - 1998 (Quetzal Editores)
Da indagação do poder comunicativo e expressivo das imagens nasceu um complexo código simbólico, constituído por figuras simples e emblemáticas. Tal propensão fez de José de Guimarães a escolha natural para conceber o logotipo internacional e turístico de Portugal, no ano de 1993, a pedido do ICEP Portugal. A contaminação e miscigenação que caracterizam a sua obra não são meros modos de expressão do primitivo; mais do que isso, elas personificam os ímpetos pós-modernos de abolir as categorias tradicionais de criação artística e de pensar a proximidade entre culturas. (Fundação Calouste Gulbenkian)
"La découverte de l’Angola, puis du Mexique et du Japon notamment a déclenché en lui, après des premières œuvres Pop Art, une quête d’un art brut puissamment expressif, qui fait dialoguer entre elles les cultures anciennes et la modernité. José de Guimarães a ainsi créé son propre vocabulaire, fondé sur la découpe, la fragmentation et la dislocation de signes, dont les combinaisons – depuis son fondateur Alphabet africain (1971-1974) que nous exposons ici jusqu’aux œuvres monumentales inscrites dans l’art urbain (à partir des années 1990) – se déclinent sur toutes sortes de supports jusqu’à aujourd’hui. Ses différents cycles, traversés d’un syncrétisme multicontinental et multiculturel, traduisent tous, avec une dimension totémique forte et un humour naïf, une énergie vitale farouche et une incandescence envoûtante. (fonte: catálogo de exposição Museu Wurth - Erstein - França)
"A obra viaja para além do autor".